sábado, 10 de agosto de 2013


O escuro da noite engole a minha sanidade e a vomita em outro universo paralelo. “A noite anoiteceu tudo”. Faz frio na cidade cinza, meus demônios despertaram, fumaça de cigarro paira sobre o meu particular inferno. Na esquerda do quarto, há um monstro de pelagem negra, em outrora, ele não era notável, mas lá estava, na espreita. Ele cresce, ele ganha força a cada dia (ou seria noite?). Não sei quais são tuas intenções, não há ataque, mas também não há cura. Que cê quer, Senhor Monstro? Pergunto sempre, quase aos sussurros. Nunca obtive respostas.

As madrugadas seguem assim, um silêncio turbulento, o breu do nada me mastiga violentamente. Atravesso o cômodo mais gélido da casa, puxo uma tragada mais forte do cigarro e encaro o espelho:

- Ih, olha lá, o monstro parece que mudou de lugar!                   

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